O amor não vive na ciência ou na instrução,
não habita papéis ou pergaminhos.
O assunto do vulgo
não há de ser o caminho dos amantes.
O ramo do amor antecede a eternidade
e suas raízes vão além do eterno.
Essa árvore não se apóia no céu nem na terra
nem sobre qualquer coluna.
Depusemos a razão
e traçamos um limite à paixão,
pois a majestade do amor não se conforma
a tal razão ou tal costume.
Enquanto sentires desejo,
sabe que cultuas um ídolo.
Quando se é verdadeiramente amado,
cessa de vez o espaço para as carências deste mundo.
O marinheiro está sempre na prancha
do temor e da esperança;
Idos prancha e marinheiro,
nada resta além do mergulho fatal.
Shams de Tabriz, és de uma só vez mar e pérola,
e teu ser nada menos que o segredo do Criador.
Djalal ad-Din Rûmi
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