domingo, 10 de novembro de 2013
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
quinta-feira, 24 de outubro de 2013
quarta-feira, 2 de outubro de 2013
O Poema das Borboletas
As pessoas deste mundo são como três mariposas diante da chama de uma vela.
A primeira chegou perto da chama e disse:
- Eu sei o que é o amor!
A segunda, tocou levemente a chama com suas asas e disse:
- Eu sei como o amor pode queimar.
A terceira, atirou-se dentro da chama e foi consumida...
"E esta foi a única a saber o que é o verdadeiro amor"
(Fariduddin Attar)
quinta-feira, 19 de setembro de 2013
O poeta Hafiz conta uma lenda da Antiga Pérsia: “Deus fez uma estátua de barro à sua própria imagem e quis que essa estátua possuísse uma alma. Mas a alma recusou-se a ser aprisionada no corpo, pois é de sua natureza ser livre e voar à vontade. Então Deus pediu aos anjos que tocassem sua música. E a medida que os anjos tocavam, a alma ficou extasiada. Para poder sentir melhor a música e ouvi-la de perto, a alma entrou no corpo. A verdade porém é que a própria alma era o som e ela entrou no corpo para experimentar e ouvir a música da vida.”
domingo, 15 de setembro de 2013
quinta-feira, 12 de setembro de 2013
domingo, 8 de setembro de 2013
quinta-feira, 8 de agosto de 2013
domingo, 4 de agosto de 2013
sábado, 3 de agosto de 2013
terça-feira, 30 de julho de 2013
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Isto temos agora
Isso que temos agora
não é imaginação.
Isso não é
tristeza ou alegria.
Não é um estado de julgamento,
ou uma exaltação,
ou tristeza.
Esses vêm e vão.
Esta é a presença que não.
Djalal ad-Din Rûmi
O pão do meu verso
Meu verso é como o pão do Egito:
a noite passa sobre ele e já não podes mais comê-lo.
Devora-o enquanto está fresco,
antes que o recubra a poeira do deserto.
Seu lugar é o clima cálido do coração,
ele não sobrevive ao gelo deste mundo.
É como o peixe na terra seca:
estremece por um instante e logo perece.
Se queres comê-lo e o imaginas fresco,
terás de invocar muitos ídolos.
O que agora bebes é tão somente tua imaginação.
Isto não é ilusão, companheiro!
Djalal ad-Din Rûmi
domingo, 24 de março de 2013
O desejo é um ídolo
O amor não vive na ciência ou na instrução,
não habita papéis ou pergaminhos.
O assunto do vulgo
não há de ser o caminho dos amantes.
O ramo do amor antecede a eternidade
e suas raízes vão além do eterno.
Essa árvore não se apóia no céu nem na terra
nem sobre qualquer coluna.
Depusemos a razão
e traçamos um limite à paixão,
pois a majestade do amor não se conforma
a tal razão ou tal costume.
Enquanto sentires desejo,
sabe que cultuas um ídolo.
Quando se é verdadeiramente amado,
cessa de vez o espaço para as carências deste mundo.
O marinheiro está sempre na prancha
do temor e da esperança;
Idos prancha e marinheiro,
nada resta além do mergulho fatal.
Shams de Tabriz, és de uma só vez mar e pérola,
e teu ser nada menos que o segredo do Criador.
Djalal ad-Din Rûmi
terça-feira, 19 de março de 2013
Tu e eu
Feliz o momento em que nos sentarmos no palácio,
dois corpos, dois semblantes, uma única alma
- tu e eu.
E ao adentrarmos o jardim, as cores da alameda
e a voz dos pássaros nos farão imortais
- tu e eu.
As estrelas do céu virão contemplar-nos
e nós lhe mostraremos a própria lua
- tu e eu.
Tu e eu, não mais separados, fundidos em êxtase,
felizes e a salvo da fala vulgar
- tu e eu.
As aves celestes de rara plumagem
por inveja perderão o encanto
no lugar em que estaremos a rir
- tu e eu.
Eis a maior das maravilhas: que tu e eu,
sentados aqui neste recanto, estejamos agora
um no Iraque, outro em Khorassan
- tu e eu.
Djalal ad-Din Rûmi
Não penses
Não penses. Não penses.
Os pensamentos são como a chama
que de alto a baixo tudo consome.
Perde a razão,
endoidece de embriaguez e assombro,
e de cada broto nascerá a cana-de-açúcar.
A bravura é demência, tira-a da cabeça, renuncia!
Como o leão e os homens, renega as vãs esperanças.
Os pensamentos são armadilhas,
é proibido desperdiçá-los.
Para que tanto sacrifício por migalhas?
Se não te absténs desse alimento,
é inútil querer livrar-se de tais ardis.
Se a avidez reclama, sê surdo aos seus apelos.
Djalal ad-Din Rûmi
Promessa
Noite passada fiz outra vez a promessa:
jurei por tua vida jamais desviar os olhos de tua face.
Se golpeares com a espada, não me esquivarei.
Não buscarei cura em mais ninguém,
pois a causa de minha dor é ver-me longe de ti.
Joga-me ao fogo;
se deixar escapar um único suspiro
não serei homem de verdade.
Surgi do teu caminho como pó.
Retorno agora ao pó do teu caminho.
Djalal ad-Din Rûmi
O Sabor da Manhã
Tempo de a faca deslizar da bainha
como os peixes, de onde nadam
Estando cada vez mais perto, é o desejo do corpo.
Não deseja a união!
Há uma proximidade além disso.
Por que Deus iria querer um segundo Deus?
Perca-se no amor de tal modo que o liberte de qualquer conexão.
O amor é a luz da alma, o sabor da manhã, ausente de mim, ausente de nós,
sem pretensão de ser.
Estas palavras são a fumaça do incêndio, desprende como perdoa seus defeitos,
como os olhos em silêncio, lágrimas, rosto.
O amor não pode ser dito.
Djalal ad-Din Rûmi
domingo, 10 de março de 2013
terça-feira, 5 de março de 2013
domingo, 3 de março de 2013
Não te aflijas
Não te aflijas: a beleza voltará a deliciar-te com o seu encanto; a cela de tristeza se transformará um dia em jardim de rosas.
Não te aflijas, coração sofredor: o teu mal se transmutará em bem; não te detenhas a pensar no que te inquieta: esse espírito agitado conhecerá de novo a paz.
Não te aflijas: mais uma vez vai reinar a vida no jardim em que suspiras, e breve, ó cantor da noite, verás sobre a tua fronte uma cortina de rosas.
Não te aflijas se, por instantes, as esferas estreladas não giram à feição dos teus desejos: a roda do tempo não anda sempre na mesma direção.
Não te aflijas se, por amor do santuário, avanças no deserto e os espinhos te ferem.
Não te aflijas, minha alma, se a torrente dos dias faz em ruínas a tua morada mortal: tens Amor para te salvar desse dilúvio.
Não te aflijas se a viagem é rude e a meta invisível: não há caminho sem termo.
Não te aflijas, ó Hafiz, no humilde recanto em que te julgas pobre e na desolação das noites escuras: ainda tens o teu canto e o teu amor.
Hafiz
Os pássaros cantam
No galho mais alto do cipreste o rouxinol cantou, uma destas noites, para aqueles que o compreendiam, este canto, na divina linguagem pélevi:
"-Vem! A roseira está em chamas como a sarça ardente de Moisés. Aprende com ela o mistério da Unidade Divina.
"Os pássaros do jardim cantam e brincam para que o Amo possa beber seu vinho ouvindo canções na língua do passado.
"Feliz do mendigo que dorme sobre seu tapete usado: é uma alegria, esta, desconhecida dos que trazem coroa.
"De quantas riqueza possuía, Djemschid, ao deixar este mundo, apenas levou consigo a sua taça. Não te prendas a outros bens senão àqueles que podes levar contigo."
Bela palavra a de certo velho camponês a seu filho: "-Possas tu, ó luz dos meus olhos sempre semear o que desejares colher!"
Talvez o escanção tenha enchido de mais a taça de Hafiz: seu turbante não está bem preso à cabeça.
Hafiz
Meus Olhos Tão Suaves
Não renuncie à sua solidão
Tão rapidamente.
Deixe-a cortar mais fundo.
Deixe-a fermentar e amadurecer
Como poucos ingredientes humanos
Ou mesmo divinos conseguem.
Algo ausente no meu coração esta noite
Tornou meus olhos tão suaves,
Minha voz
Tão terna,
Minha necessidade de Deus
Tão absolutamente
Clara
Hafiz
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Os olhos de narciso
Onde se encontra o espírito feliz, cintilante de alegria, a quem o amante de coração partido pode confiar o seu desejo?
Embora o caminho do Amor seja cheio de ciladas em que nos espreitam flechas cruéis, aquele que ao atravessá-lo usa da astúcia pode triunfar de todos os perigos.
A taça cura a aflição. Não a deixes – ou serás vencido pela tristeza.
Ó jardineiro, quanto sofres com o outono! Gemo ao recordar, contigo, aquele dia em que o vento murchou tantas rosas.
O tempo, esse vagabundo, não dorme nunca. Não te fies nele, não penses que ele esquece. Se hoje ele não te levou, amanhã, sem dúvida, serás presa dele.
Temo que os olhos de narciso da minha Amada venham a reduzir ao nada a ciência e a sabedoria que meu coração acumulou depois de tantos anos.
Hafiz! se a Bem Amada quer a tua alma, deixa partir a tua alma em suas mãos.
Hafiz
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