sábado, 14 de fevereiro de 2015
A caaba
Vigia atentamente o estado de tua própria mente.
O amor a Deus começa na inocência.
Saibas que o profeta construiu uma Caaba externa de barro e água,
e uma Caaba interna na vida e no coração.
A Caaba externa foi construída por Abraão, o Santo;
a interna é santificada pela glória de Deus mesmo.
No caminho de Deus dois locais de adoração marcam as etapas.
O templo material e o templo do coração.
Empenhe-se para adorar no templo do coração.
Oh! Mendicante, o paraíso é apenas uma tentação;
o objetivo real é a própria casa de Deus.
Khawaja Abdullah Ansari
Em todo meu ser alberguei Teu amor todo, oh Santidade minha,
e Te revelaste como se Tu em mim estiveras.
Torno meu coração ao que Tu não és, mas não vejo senão,
disto, meu estranhamento e minha familiaridade contigo por isto.
Heis-me aqui, de humanos rodeado, no cárcere da vida.
Prende-me, e fora deste cárcere, contigo leva-me.
Al-Hallaj
Nadando sem cessar nos mares do amor,
Subia e baixava com as ondas.
Tão logo a onda me sustentava, tão logo me afundava.
Finalmente, o amor me levou aonde não há mais margens.
Então gritei: “Ó, Tu, cujo Nome não me atrevo a pronunciar,
Amor que seria incapaz de atraiçoar,
Evite minha alma que sejas juiz injusto,
Pois não é isso o que estipula nosso pacto!”
Al-Hallaj
A viagem do sonho
Com a oração da noite,
quando o sol declina e se esconde,
fecha-se a via dos sentidos
e abre-se o caminho ao não-visto.
O anjo do sono conduz então os espíritos
como o pastor o seu rebanho.
Para além do espaço, em pradarias transcendentes,
que cidades, que jardins ele nos mostra!
Quando o sono nos rouba a imagem do mundo,
o espírito contempla mil formas e maravilhas.
É como se habitasse desde sempre essas paragens,
já não recorda a vida na terra,
nem sente cansaço ou tristeza.
O coração liberta-se por inteiro
do peso do mundo, de toda a opressão,
e já nem percebe os cuidados que lhe são dedicados.
Djalal ad-Din Rûmi
Este o meu fim e o teu
Minha casa está em ruínas
Os frutos do meu trabalho foram engolidos
E meus filhos não encontram lugar em minha casa
Outro dorme em minha cama.
Eu agora verto lágrimas de arrependimento
E lamento por meus erros
Que meu estado lhe sirva de advertência
Para trabalhar enquanto é tempo.
O pássaro da alma voará
E deixará o corpo desabitado
A relva crescerá sobre o túmulo
E talvez desabroche uma flor.
Abdullah Ansari
Poeta persa nascido em Herat, no século XI
Como me sinto estranho
Como me sinto estranho sob as mãos deste amor.
Não vejo meu caminho, sob as mãos deste amor.
Certa vez eu era a coroa do universo.
Agora sou sujeira para caminhar, sob as mãos deste amor.
Como um rouxinol sozinho eu chamo.
O sangue jorra dos meus olhos, sob as mãos deste amor.
Meu rosto, como uma folha de outono, reluzirá,
escurecerá e morrerá, sob as mãos deste amor.
No Dia Final, com meu colarinho em farrapos deixe-me chorar,
sob as mãos deste amor.
Que fazer quando me encontro tão longe da União?
Minhas costas estão curvadas, sob as mãos deste amor.
Yunus, você que tanto ora por Taptuk.
Não pergunte “Que devo fazer?” sob as mãos deste amor.
Yunus Emre
Jardins Persas
Os persas não criaram no mundo das artes monumentos originais. A sua arquitetura foi, nas suas grandes manifestações, obra de gregos. Os jardins dos antigos persas estavam, como as demais produções artísticas, condicionados à influências estranhas e revelavam, nos caracteres essenciais da composição, elementos retirados dos jardins gregos e egípcios, uma espécie de estilo "misto". Nos jardins eles introduziam árvores e arbustos de flores perfumadas.
Os jardins persas procuravam recriar uma imagem do universo, constituindo-se de bosques povoados por animais em liberdade, canteiros, canais e elementos monumentais, formando os "jardins-paraísos" que se encontravam próximos aos palácios do rei.
A introdução de espécies floríferas no jardim criou um novo conceito na arte de construí-los, passando a vegetação a ser estimada pelo valor decorativo das flores, sempre perfumadas, do que pelo aspecto de utilidade que possuíam anteriormente. A associação dos reinos animal e vegetal completava a ideia do paraíso.
O jardim era dividido em quatro zonas por dois canais principais em formato de cruz e na intersecção deste se elevava uma construção que podia ser o pavilhão ou uma fonte, representando as 4 moradas do universo. O jardim persa cercado de altos muros feitos de tijolos, estritamente formal, era um lugar de retiro privado, destinado ao prazer, ao amor, à saúde e ao luxo. As plantas utilizadas eram: plátanos, ciprestes, palmeiras, pinus, rosas, tulipas, narcisos, jacintos, jasmins, açucenas, etc.
Khawaja Abdullah Ansari
Khawaja Abdullah Ansari foi um poeta persa, místico Muçulmano nascido em Herat, no ano de 1005, e falecido em 1090. Além de poesia, escreveu muitos livros sobre misticismo islâmico e filosofia. Escrevia em árabe e na língua persa.
quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015
Jardins Persa
Os persas não criaram no mundo das artes monumentos originais. A sua arquitetura foi, nas suas grandes manifestações, obra de gregos. Os jardins dos antigos persas estavam, como as demais produções artísticas, condicionados à influências estranhas e revelavam, nos caracteres essenciais da composição, elementos retirados dos jardins gregos e egípcios, uma espécie de estilo "misto". Nos jardins eles introduziam árvores e arbustos de flores perfumadas.
Os jardins persas procuravam recriar uma imagem do universo, constituindo-se de bosques povoados por animais em liberdade, canteiros, canais e elementos monumentais, formando os "jardins-paraísos" que se encontravam próximos aos palácios do rei.
A introdução de espécies floríferas no jardim criou um novo conceito na arte de construí-los, passando a vegetação a ser estimada pelo valor decorativo das flores, sempre perfumadas, do que pelo aspecto de utilidade que possuíam anteriormente. A associação dos reinos animal e vegetal completava a idéia do paraíso.
O jardim era dividido em quatro zonas por dois canais principais em formato de cruz e na intersecção deste se elevava uma construção que podia ser o pavilhão ou uma fonte, representando as 4 moradas do universo. O jardim persa cercado de altos muros feitos de tijolos, estritamente formal, era um lugar de retiro privado, destinado ao prazer, ao amor, à saúde e ao luxo. As plantas utilizadas eram: plátanos, ciprestes, palmeiras, pinus, rosas, tulipas, narcisos, jacintos, jasmins, açucenas, etc.
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015
- Vem ao jardim na primavera, disseste.
- Aqui estão todas as belezas, o vinho e a luz.
Que posso fazer com tudo isso sem ti?
E, se estás aqui, para que preciso disso?
- Aqui estão todas as belezas, o vinho e a luz.
Que posso fazer com tudo isso sem ti?
E, se estás aqui, para que preciso disso?
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Poesia sufi
domingo, 1 de fevereiro de 2015
Eu soube enfim que o amor está ligado a mim.
E eu agarro esta cabeleira de mil tranças.
Embora ontem à noite eu estivesse bêbado da taça,
Hoje, eu sou tal, que a taça se embebeda de mim.
E eu agarro esta cabeleira de mil tranças.
Embora ontem à noite eu estivesse bêbado da taça,
Hoje, eu sou tal, que a taça se embebeda de mim.
Rumi
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