quarta-feira, 17 de julho de 2013

O pão do meu verso





Meu verso é como o pão do Egito:
a noite passa sobre ele e já não podes mais comê-lo.

Devora-o enquanto está fresco,
antes que o recubra a poeira do deserto.

Seu lugar é o clima cálido do coração,
ele não sobrevive ao gelo deste mundo.

É como o peixe na terra seca:
estremece por um instante e logo perece.

Se queres comê-lo e o imaginas fresco,
terás de invocar muitos ídolos.

O que agora bebes é tão somente tua imaginação.
Isto não é ilusão, companheiro!


Djalal ad-Din Rûmi

Nenhum comentário:

Postar um comentário