sexta-feira, 15 de junho de 2012


Se te afastas, eu morro;
se te aproximas, eu desfaleço.
E assim eu vivo em chamas
e me extingo em delírios.

Ao ritmo das batidas do meu coração,
tu embalastes sonhos estranhos ao meu amor,
enquanto meu coração e o meus olhos
derretiam do teu desejo.

Seu olhar!
Atravessar o fogo sem arder
não é coisa tão espantosa
como o seu olhar.

Ah! como são breves as horas do encontro e seus prazeres!
Ah! como são longos os dias de ausência!
Vem e toma-me pela mão.
Eis que meu corpo se incendiou de todo o ardor do meu desejo.
Vem, e não me digas para esquecer.

Minha alma! Eu guardei-te carinhosamente sob o calor do meu peito,
e tu me escapas para correr para aquele que é a causa dos meus sofrimentos!
Minhas lágimas, correi! Ah, também vós me saltais das pálpebras por causa do cruel!
Apaixonadas lágrimas, também a vós tocou o amor do meu bem-amado!

Espalha para longe todas as mágoas do passado
e, sem sonhar com o futuro,
apanha este copo de onde se bebe o esquecimento,
ah!, embriaga-me totalmente!

Só de tocar sua mão,
todos os meus sentidos se aguçam e eu estremeço.
Como procederia eu, se visse o seu corpo,
no qual casam a limpidez da água e o ouro da luz?

Tua sombra,
queres estejas ausente ou próximo de mim
não me deixas nunca.
E minha língua, para alegria minha,
gosta de repetir teu nome, ó meu amor!

Os dias podem passar e o tempo correr,
mas jamais pode morrer o teu amor em meu coração.

Agora eu me dissolvo em chamas.
O teu rosto é o meu paraíso.
Vou morrer da minha sede ardente.
E no entanto os teus lábios poderiam me refrescar.

          Mil e Uma Noites

Nenhum comentário:

Postar um comentário