sábado, 7 de julho de 2012

Todo o meu gozo



Todo o meu gozo é beber vinho


Dos amados lábios,


O prazer máximo já obtive:


Só Deus seja louvado.


O Destino, meu velho inimigo,


Nunca deixou ir à minha amada;
Dai-me pois áureo vinho


E os seu lábios escarlates


(Clérigos fanáticos, velhos


que o caminho extraviaram


De nos murmuraram:


“São bebedores, borrachos”


Que o asceta viva lôbrego


Não quero saber nada dele,


Se o monge tem de ser piedoso


Que Deus perdoe a sua fé)






Querida, que posso contar


Da minha pena, se te fostes


Senão as minhas ardentes mágoas


E um centenar de suspiros?


Que não contemple um infiel
A amargura silenciosa,


A tua beleza vê o cipreste


O teu rosto a lua ciumenta


O desejo dos teus beijos


Obriga a Hafez a isto,


Que já não se preocupa


De orações nem leituras


Hafiz

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